Ainda não são conhecidos prazos ou custos da obra, mas o Presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, já referiu que o projeto está em marcha
Largo de São Miguel, Alfama, na festa dos santos populares | PAULO SPRANGER / GLOBAL IMAGENS
A Câmara de Lisboa avançou esta terça-feira que o Museu Judaico da cidade deverá abrir portas «no primeiro semestre de 2017» no Largo de São Miguel, Alfama, estando por definir a arquitetura e o modelo de gestão do espaço.
Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, a autarquia referiu que o local foi escolhido por ser «emblemático para a comunidade judaica e para a própria cidade de Lisboa, na medida em que o bairro albergou a mais importante comunidade de judeus da Lisboa medieval».
A autarquia recordou que o presidente do município, Fernando Medina (PS), «deu continuidade a uma ideia que remonta ao mandato de João Soares [agora ministro da Cultura] e foi depois prosseguida também por António Costa [atual primeiro-ministro], no sentido de promover as condições para, num quadro institucional alargado, ser criado um equipamento museológico que evocasse a importância das comunidades judaicas para a identidade multicultural de Lisboa».
Salientando o «envolvimento da Comunidade Israelita de Lisboa», o município indicou estar ainda a «trabalhar com outras entidades para concretizar um projeto centrado numa dimensão ainda tão pouco conhecida da história da cidade e que merece ter espaço próprio».
«Esta ideia enquadra-se na estratégia museológica mais vasta e polinucleada sobre a história de Lisboa que tem vindo a ser defendida pela autarquia», lê-se na resposta enviada à Lusa.
Apesar de falar em prazos, a Câmara escusou-se a informar quando é que as obras começam, bem como a avançar uma estimativa de custos, já que «o projeto de arquitetura do futuro Museu Judaico está ainda a ser trabalhado».
Igual resposta foi dada relativamente ao modelo de gestão, por também estar em estudo.
No que toca ao espólio, «parte considerável […] procede de um depósito de membros da Comunidade Israelita de Lisboa».
«O programa museológico do museu, todavia, é mais vasto e pretende demonstrar a importância das comunidades judaicas para a história de Lisboa e do país ao longo de séculos de existência», adiantou a autarquia, frisando que este será um «museu referencial a nível nacional e internacional para compreender o papel dos judeus na própria história de Portugal e o relacionamento que se estabeleceu, em várias épocas, com outras comunidades e outros poderes».
Numa reunião de Câmara pública realizada no final de outubro do ano passado, Fernando Medina revelou que a Câmara tinha o projeto em marcha.
Já numa sessão da Assembleia Municipal de dezembro passado, o responsável garantiu que o município «tem apoiado, e bem, as várias confissões religiosas» da cidade, apontando a criação do Museu Judaico como um desses casos.
Fonte: DN