Yom Tov Yedid z’l, faleceu em Nova Iorque aos 93 anos de idade. Ele foi o último rabino-chefe da cidade de Alepo, na Síria, palco de violentíssimos combates nos últimos dois anos e onde hoje um grande grupo de combatentes do Estado Islâmico está cercado.
Yedid, passou pelos pogroms e outros ataques promovidos por muçulmanos sírios nas primeiras décadas do século 20 e foi expulso da Síria, junto com praticamente todos os outros judeus após a Independência de Israel.
Foi para Nova Iorque, onde continuou a ser líder religioso da comunidade judaica síria nos Estados Unidos e devotou o resto de sua vida a escrever uma série de livros com comentários sobre a Torá.
Casamento judaico em Alepo, 1914
A última notícia que se teve de judeus sírios ainda vivendo lá, é de novembro de 2015, quando foram contabilizadas 18 pessoas. A comunidade judaica síria tem duas origens diferentes. A primeira é de judeus que estavam lá desde o período do Segundo Templo e outra parte, dos expulsos em 1492-96, da Espanha e Portugal.
Jacob Saul Dweck z’l, ao centro, rabino chefe de Alepo em 1908
Durante o Império Romano, 10.000 judeus viviam em Damasco. Maimônides, em suas cartas, anotou que a comunidade judaica de Alepo era a única na Síria, naquele momento histórico sob domínio muçulmano onde se mantinha o estudo da Torá.
No século 21, a extinção da comunidade judaica na Síria se acelerou, veja os números: 2001 (200 judeus, 150 em Damasco e 30 em Alepo); 2003 (menos de 100); 2005 (menos de 50); final de 2015 (18 pessoas). Em 1947, 15.000 judeus viviam na Síria.
Por José Roitberg. Jornalista, professor sobre o Holocausto formado no Yad Vashem e pesquisador sobre a história dos judeus e do Rio de Janeiro.
Fonte: Menorah Net