A inauguração da Casa da História Judaica de Elvas aconteceu na tarde deste sábado, dia 2, com mais de uma centena de pessoas a marcar presença neste ato, incluindo representantes da comunidade judaica.
O espaço, localizado no antigo Açougue Municipal, na Rua dos Açougues, em plena Judiaria Velha, foi recuperado, tendo sido ainda pintado e dotado de condições para ser visitado, sendo que esta foi apenas a primeira fase da implementação deste projeto, já que a Casa da História Judaica de Elvas vê agora ser iniciado o projeto de musealização e, posteriormente, vão ser recuperados os frescos ali existentes e que se encontravam cobertos por pinturas.
O historiador Rui Jesuíno explicou alguns pormenores e características deste espaço, que poderá ser a maior sinagoga medieval de Portugal, contudo pelo facto de não ter sido encontrada uma pedra da fundação, que a identifique claramente como sinagoga, ela só pode ser apresentada como “possível sinagoga” de Elvas.
Já o presidente da Câmara Municipal de Elvas, Nuno Mocinha, sublinhou que «com esta recuperação de um edifício histórico, voltamos a dar dignidade a este espaço e permitimos que este espaço que chegou a ser armazém, depósito e o local onde eram colocados os carros do lixo, possa estar aberto ao público e comprove, mais uma vez, a riqueza do nosso património arquitetónico».
Neste espaço, inserido projeto “Rotas de Sefarad” , o público vai poder visitar uma sinagoga e vários núcleos expositivos sobre as histórias da comunidade judaica em Elvas, num investimento que pretendia recriar o espaço de uma Sinagoga, onde já existiu uma, e dar a conhecer como vivia a comunidade Judaica as funções que desempenhavam e o contributo dado à cidade.
Na cidade Património Mundial chegaram a viver mais de mil judeus, antes de serem expulsos pelo aparecimento da Inquisição, que perseguiu e condenou aqueles que considerava hereges ou seguidores de outras religiões que não a católica, e este pretende ser um contributo para a compreensão da história desta comunidade.